Penso que não farão parte da exposição, mas falando de livros que estão no limite do que reconhecemos enquanto livro, lembro-me dos livros ilegíveis e pré-livros de Bruno Munari, e a importância que tiveram na literatura infantil (descobri um blog que faz um bom apanhado sobre esta relação). O livro não é apenas o suporte de um conteúdo escrito ou desenhado. É um objecto em si.
Esta exploração levou à edição de livros que são objectos exploratórios, onde o leitor, criança ou adulto, entram num jogo, supõem e descobrem. Livros onde a textura, o corte da página, a transparência são elementos fundamentais para a leitura.
A editora italiana Corraini, edita os livros deste autor / designer brilhante. Temos um editado em português pela Bruaá, Na Noite Escura, que se pode folhear aqui.
Nesta lógica, a história chega mesmo a libertar-se do formato do livro. Passa a ser composta e inventada pelo leitor. Em Mais e Menos, uma série de transparências com figuras podem ser sobrepostas e assim inventada uma narrativa.
Por paradoxo, poder-se-á considerar como um bom exercício de escrita criativa sem usar a escrita. A não ser para fixar a história.
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